Produtor de Rune Factory fala sobre a série em palestra na GDC

Ontem na GDC - Game Developers Conference - Yoshifumi Hashimoto, produtor da série Rune Factory e Harvest Moon, apresentou uma palestra intitulada ''RPG Development: Inspiration and Perspiration''. Nela foram discutidas algumas das idéias por trás do design de Rune Factory e outras curiosidades sobre a série. Listamos abaixo os principais tópicos abordados:

- O conceito da série Rune Factory é ''viver uma vida de fantasia''. A aventura e o combate não são temas centrais da série. Como em Harvest Moon, você faz sua plantação para ganhar seu sustento e há um forte foco no relacionamento com outros personagens.

- Ao invés de criar personagens secundários genéricos, em Rune Factory cada um deles têm uma personalidade e uma história própria. Os personagens tendem a parecer elegantes porque eles querem se destacar de alguma forma, já que a rotina de trabalho de cada um deles é sempre a mesma. Hashimoto discutiu isso com fazendeiros e eles concordaram com essa idéia.

- Na série, os símbolos que parecem tatuagens são na verdade uma forma de protetor solar. Eles são usados porque os personagens não querem ficar bronzeados demais.

- No entanto, os habitantes da vila fazem mais do que apenas viverem suas vidas particulares. Você pode se relacionar com eles, se apaixonar, casar e até ter filhos com eles. Quando você tem filhos no jogo eles passam a ser parte da história. Os jogos da série foram feitos para serem bem flexíveis e em Rune Factory 4 o jogador pode jogar como uma garota. ''Se você quiser ter uma vida simples com sua família, você pode. Se você quiser sair e salvar o mundo, você pode''.

- Sobre salvar o mundo, na série Rune Factory existem dungeons com chefes nelas. No entanto, na busca pelas dungeons o jogador faz uma pausa entre elas. Hashimoto comparou esse processo com uma maratona, em que os participantes precisam beber água para recarregar suas forças. Embora jogadores habilidosos possam pular essa parte se quiserem, os outros podem fazer suas plantações para recuperar suas energias, o que torna o jogo mais fácil e acessível.

- Mas mesmo que o jogador foque no combate ele ainda precisa plantar para sobreviver. Adicionar alguns elementos da vida real em um RPG faz ele ressoar com os jogadores. Segundo Hashimoto, uma das idéias por trás de Rune Factory era fazer um jogo onde você não fosse de uma origem notável. O herói pode ser qualquer pessoa. Ele comparou isso com o Condado, lugar onde vivem os Hobbits, em O Senhor dos Anéis.

- Atualmente, Rune Factory é uma franquia de sucesso da Marvelous AQL, mas Hashimoto disse que quando o primeiro jogo da série estava em desenvolvimento ele não teve muito apoio. Ele teve apenas alguns aliados que entenderam o plano dele para a série, o que tornou a situação estranha. No entanto, agora a franquia possui tanto um público ligado a Harvest Moon quanto um público de jogadores completamente novos.

- Hashimoto disse que quando eles anunciaram o primeiro jogo da série, eram os jogadores novos que estavam mais atentos às novidades. Mas quando o jogo foi lançado os jogadores de Harvest Moon leram as análises feitas sobre o jogo e perceberam que ele possuía elementos que eram do seu interesse. Atualmente, metade dos jogadores de Rune Factory são também jogadores de Harvest Moon e a outra metade são jogadores novos.

- Quando indagado sobre como as relações entre os personagens passaram a ser como são em Rune Factory, Hashimoto respondeu que ele tentou fazer algo diferente dos jogos de luta e ação que ele já trabalhou. Foi assim que começou, segundo ele. Outra coisa que pode ter ajudado são as cartas dos fãs que se sentiram como se pudessem conversar com os personagens do jogo e se relacionar com eles. Isso o fez pensar e naturalmente se tornou um componente central no modo como a história é contada em Rune Factory.

Fonte: Siliconera